Meu anjo de azul
Azul do céu
Azul dos rios
Fonte de vida
Eu amo livros. Eu amor ler. A minha
primeira coleção de livros foi um pedido pro Papai Noel. Eu tinha 6 anos. Eu
tenho uma mandinga que é começar o ano lendo algo ultra incrível e ter um ano igual.
E se a leitura é meia-boca preparo os patuás que o ano também pode ser. Como eu
estou sempre lendo, sou bem chata com os livros. A história tem que ser na
medida, nem muito melada, nem muito amarga. A diagramação tem que ser impecável.
O papel, perfeito. Como um bom café, tudo no seu lugar e o que está fora, bem
intencionado. E eu ando lendo taaantos
livros escritos ou com arte feita por mulheres ou sobre mulheres que foi
delícia escrever pro blog.
Agora eu vou contar sobre a minha
primeira grande leitura do ano: Azul é a
cor mais quente. HQ linda e sensível que fala sobre Emma e Clémentine, duas
garotas apaixonantes que começam a se amar. Clémentine se descobre ao conhecer
Emma. Emma se doa pra Clémentine. Juntas elas vão tocando a vida. Elas vivem
uma história intensa e ao mesmo tempo tão comum! Quem nunca se apaixonou assim?
De perder o fôlego, de pensar na pessoa o dia inteiro, de querer a pessoa pra
sempre por perto, no próprio corpo? É tudo tão doce. E é tão delicado. E é tão
feminino! Me causa muito espanto o fato de nossa sociedade achar que a história
é inusitada pelo fato de mostrar a vida duas mulheres que se amam. Porque é só
o amor, né? São duas pessoas que se amam, e só e tão só isso! E o amor é como a
gente: O amor é abstrato demais, é
indescritível. Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos. Se nós
não existíssemos, ele não existiria. E nós somos tão inconstantes... Então, o
amor não pode não o ser também. O amor se inflama, morre, se quebra, nos
destroça, se reanima... nos reanima.
Clémentine tem 15 anos quando
conhece Emma. Ela vive um intenso processo de descoberta que, em determinado
momento, a silencia e a leva em busca de respostas. Depois de se resolver um
tico, há uma cena fofa em que ela está jogando pebolim com os amigos e pensa
que a cena é bastante clichê, uma lésbica que joga pebolim com os amigos
homens... Mas logo conclui “E daí, merda. Eu estou me divertindo. Estou me
sentindo bem.” Doido e doído imaginar que esse tipo de coisa acontece todo dia
com inúmeras pessoas.
Azul trouxe pra mim a vontade de um
lugar mais amoroso e mais acolhedor. E é muito provável que ele também faça
parte do meu processo pois eu nunca saio ilesa de uma leitura. E fujam de mim porque
eu vou passar meses só falando disso!
O amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternos... Para além
da nossa morte, o amor que nós despertamos continua a seguir o seu caminho.
Natália Coltri Fernandes
(Nat é nossa querida amiga e primeira convidada do blog!
A mãe da Valentina vai aparecer muitas outras vezes por aqui, porque além de muito querida por nós duas, tem um gosto musical, literário e cinematográfico que nos inspira!
Obrigada, Naná!)
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